Henri Matisse
Dentro de mim sinto um vazio imenso, que toma conta de todos os meus atos.
Não sei o que chamar a isso!
Será saudade, tristeza, insatisfação, descrença, desespero, ou será a simples constatação de que ele está partindo aos poucos para distante de mim?
Uma raiva estranha me acompanha, é estranha porque é de mim que sinto esta raiva.
Não sinto raiva do tempo, porque foi nele que configuramos os nossos planos, não sinto raiva dos lugares que admirei ao teu lado porque me entreguei a cada paisagem e respirei com o ar da liberdade as particularidades de cada um deles, não posso sentir raiva das pessoas que testemunharam a nossa história, que vibravam em cada descoberta que compartilhávamos com elas, não posso sentir raiva dos teus e dos meus costumes e, tampouco, posso sentir raiva dos cuidados que prestamos um ao outro.
E como seria covarde se sentisse raiva da vida ao ponto de me negar a ela!
Mas que culpa ele tem se eu fui a única disponível a apostar num sentimento que me dominava da raiz dos cabelos a ponta dos pés? E, será justo julgar as nossas atitudes, quando embalados pelo envolvimento?
A história deve continuar, fora do passado e dos pensamentos que me assaltam.
Danielle Soares
Porto, 30 de setembro de 2009
Dentro de mim sinto um vazio imenso, que toma conta de todos os meus atos.
Não sei o que chamar a isso!
Será saudade, tristeza, insatisfação, descrença, desespero, ou será a simples constatação de que ele está partindo aos poucos para distante de mim?
Uma raiva estranha me acompanha, é estranha porque é de mim que sinto esta raiva.
Não sinto raiva do tempo, porque foi nele que configuramos os nossos planos, não sinto raiva dos lugares que admirei ao teu lado porque me entreguei a cada paisagem e respirei com o ar da liberdade as particularidades de cada um deles, não posso sentir raiva das pessoas que testemunharam a nossa história, que vibravam em cada descoberta que compartilhávamos com elas, não posso sentir raiva dos teus e dos meus costumes e, tampouco, posso sentir raiva dos cuidados que prestamos um ao outro.
E como seria covarde se sentisse raiva da vida ao ponto de me negar a ela!
Mas que culpa ele tem se eu fui a única disponível a apostar num sentimento que me dominava da raiz dos cabelos a ponta dos pés? E, será justo julgar as nossas atitudes, quando embalados pelo envolvimento?
A história deve continuar, fora do passado e dos pensamentos que me assaltam.
Danielle Soares
Porto, 30 de setembro de 2009