Amsterdam - Holanda 04/10
É essa guitarra e essa voz que me portam uma memória
É uma história que bate na minha porta, que me revira do avesso
Fazendo-me tragar o meu começo
Me desconheço
Solitária é a guitarra e mais só é o olhar que me quer seguir
Semelhante destino quero alcançar
Vem embebedar-me som altivo
Encoberta-me com a tua melodia
E como um rouxinol
Faz-me entoar cantos diversos
Em algum lugar deserto
E que sigam os meus rastros os que saibam reconhecer um lamento entorpecido
Pelo som que vem dos acordes por ti feitos e refeitos
Experimento o som, canto alto, forte, continuamente, canto calado...
Alcanço rostos cansados, mãos livres e apegadas, corpos nus e comportados, pessoas sóbrias que se dividem nos segredos das suas loucas estórias
Invado leitos, pensamentos e tudo está feito...
Renasço
Canto para que Deus me escute e nada posso esperar
É a vida que veio e quer ficar
E me joga na caótica cidade, na diversidade, na tempestade que insiste em continuar e assim permaneço – Nos meus secretos lugares revivendo uma lembrança que há muito deixei escapar.
É a música que vive em mim e não quer me deixar...
E canto pra Deus
E Ele não quer me escutar
E digo aos homens que quero ficar...
Danielle Soares
Glimmen, 06 de abril de 2010