segunda-feira, 26 de julho de 2010

Falta qualquer coisa, qualquer coisa falta Mas o que é essa coisa?
Será que é realmente de uma coisa que sinto falta?
Não seria melhor denominar essa coisa?
Não seria mais justo procurar definir cada coisa que sinto falta?
Nessa altura faltam-me as palavras, os termos justos para suprir a falta dessa coisa que ainda me falta...
Posso supor que essa coisa é uma flor, uma pessoa, um lugar, um sabor, um sonho ou simplesmente uma felicidade que escapou...
Essa falta parece ser exatamente daquilo que não conheço ou daquele que nunca vi.
Falta é ausência, é afirmar que há uma lacuna que deve ser ainda preenchida, assemelha-se a um buraco numa rua movimentada que deve ainda ser recomposto, mas que nem por isso, essa mesma rua deixa de ser utilizada, cumprindo assim o seu fim.
Esperar na janela, diante do espelho, sentada num banco após um longo passeio...
A falta vive de uma esperança, de uma certeza que se funda numa total escuridão, ela resiste a ela mesma porque ao suprir a si mesma ela regressa ao seu princípio, que é o de permanecer na melancolia de que qualquer coisa ainda falta.

Porto, 26 de Julho de 2010
Danielle Soares

segunda-feira, 19 de julho de 2010

O sabor que me chega a boca é doce como a nota que anuncia o raiar do dia.
É de tal forma intenso esse gosto, que sozinha passo a sentir vidas, e a sorrir destribuo o sentido do meu existir.

Danielle Soares
Porto, 14 de Julho de 2010