Falta qualquer coisa, qualquer coisa falta Mas o que é essa coisa?
Será que é realmente de uma coisa que sinto falta?
Não seria melhor denominar essa coisa?
Não seria mais justo procurar definir cada coisa que sinto falta?
Nessa altura faltam-me as palavras, os termos justos para suprir a falta dessa coisa que ainda me falta...
Posso supor que essa coisa é uma flor, uma pessoa, um lugar, um sabor, um sonho ou simplesmente uma felicidade que escapou...
Essa falta parece ser exatamente daquilo que não conheço ou daquele que nunca vi.
Falta é ausência, é afirmar que há uma lacuna que deve ser ainda preenchida, assemelha-se a um buraco numa rua movimentada que deve ainda ser recomposto, mas que nem por isso, essa mesma rua deixa de ser utilizada, cumprindo assim o seu fim.
Esperar na janela, diante do espelho, sentada num banco após um longo passeio...
A falta vive de uma esperança, de uma certeza que se funda numa total escuridão, ela resiste a ela mesma porque ao suprir a si mesma ela regressa ao seu princípio, que é o de permanecer na melancolia de que qualquer coisa ainda falta.
Porto, 26 de Julho de 2010
Danielle Soares
O ser não é senão memória... Não sou somente este corpo que agora escreve,sou a mente pela qual penso,reflito,sinto,sonho e rememoro o meu minuto agora já passado. Dessa forma vou me concretizando no tempo e no espaço...
segunda-feira, 26 de julho de 2010
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