quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Vida

Buscar um sentido, acreditar que há qualquer coisa que nos torna capazes de compreender a nossa existência, com sucessivos acontecimentos e aparições que nos deixam vivos.

Buscar um mais escondido no nosso íntimo, que de tão íntimo parece fugaz.
Dizer que estamos vivos com a graça de uma criança que correndo, saltando e gritando se concebe poderosa como os super-heróis.
Que cada um saiba guiar os seus anseios, disso não guardo receios
Que o mundo está cheio, disso não tenho medo
Que a vida é um total imperfeito, que seja…
Porque nela quero a fantasia mais louca e beijar a boca dos que dizem coisas bobas
E dançar com passos lentos e me embriagar de veneno no meu quarto pequeno

É dois pra lá e dois pra cá me dita a vida…E louca me entrego mais e mais a ela…
E mergulho fundo,
E quando surjo despida ela me pega, me dá um banho de água fria, me coloca a roupa mais bonita me fazendo sentir divina.

E dita a vida:

É dois pra lá e dois pra cá e nela beijo a boca dos que não são meus…



Danielle Soares,



Porto, 23 de Dezembro de 2009

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O rastro dos dias



                                                                          Vlieland - NL - 2008
A impressão que tenho é que os dias estão impacientes e passam numa fração de segundos. Eu tento olhar para eles e reconhecê-los, mas eles voam como se nada importasse a minha existência.
Neles eu caminho numa calma que talvez os ofenda e neles me sinto tão pequena...
Acontecimentos acontecem, pessoas se aborrecem e neles nada perece
O bem e o mal se cruzam e conversam como dois velhos amigos
O bem diz ao mal, quão é terrível o interior dos homens
O mal responde: - Coloque-os a prova e compreenderá o quanto é vazio o riso dos seus!
Pobreza, fome e violência. Corpo subnutrido e Espírito reprimível...
Maldade que atravessa a natureza humana de tal modo que já não é possível reconhecer a retidão dos seres.
A luta pela sobrevivência é posta a mesa
A luta de braços deixou de ser uma brincadeira da infância e tomou lugar na minha insônia.
E nas longas horas que passo na escuridão do meu quarto esperando que o sono me assalte, coloco a prova a minha humanidade diante de tanta falta de sentido naquilo que vejo, sinto e ouço nos dias que passam tão velozes...
E ali, naquele silêncio enlouquecedor ofereço-me aos raios que sobraram dos dias como se eles pudessem me retirar desse incômodo pensamento de que os humanos apodrecem...

Danielle Soares
Porto, 17 de Dezembro de 2009

sábado, 5 de dezembro de 2009

Eu já vou..necessito...ir...
Algo em mim me diz: VAI!!!!
E desobedecendo essa voz eu permaneço aqui.
Ela insiste, não desite e me agride
Desejo me contrariar
E tombo, levanto
Chorando o meu pranto
Que subjaz

Porto, 05 de Dezembro de 2009

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Desilusão

Que vontade de escrever, dizer ou berrar um PALAVRÃO.
Abri hoje o meu blog com uma vontade tremenda de finalizar um texto que penso nele já há alguns anos, inspirada por essa atmosfera natalícia e por essa constatação de que un ano está indo e outro vindo, ontem dediquei quase todo o meu dia escrevendo e buscando as palavras acertadas para descrever o modo que hoje sinto e vivo o Natal...Mas, talvez os deuses e santos não querem saber das minhas impressões e acharam melhor eu estar na minha e continuar expectante...
Que vontade de abrir esse computador e encontrar o meu texto que tanto estava gostando de cosntruir....Ai que vontade de berrar um PALAVRÃO...Odeio essa sensação de impotência diante dessa tela ... Mas se eu gritar aqui, nessa biblioteca fechada e silenciosa, coitada de mim, farei um papel tão ridículo que dificilmente voltaria a pôr os pés aqui. Imagina, eu soltando um PALAVRÃO bem caprichado, que eu nem sei qual seria, e todas as pessoas me olhando assustadas e admiradas, uns rindo e outros pensando: "Coitada tão nova e já doida!"...Que vontade de rir sozinha...Até acabei esquecendo o motivo pelo qual escrevo essas palavras desajeitadas e revoltadas... 
Tudo bem, fica aqui o meu protesto e a minha raiva ... Não sei para quem vai essa revolta e decepção...
Só sei que quero o meu texto porque inspiração como a de ontem...talvez...nunca mais....P...Q...P...

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

O que me traz...Noite o que me traz?


Espinho, Novembro de 2009

 
É noite, noite curta e dourada, preenchida por uma solidificação desesperada
É noite curta que se preenche na claridade que escapa dos meus olhos enraizados nessa espera absurda do nada.
É curta a noite, mas em mim ela dura, dura o tempo que ainda não tenho vivido, dura a espera ansiosa pelo amado, dura como um dia cinzo , chuvoso e frio.
Essa noite curta, dura o tempo do pensamento, que não é mensurável
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Saudade...
É ela quem me invade
Saudade que me engole sem dentadas
Saudade de algo que fiquei por acabar
Saudade de um lugar que não estive
Saudade de pessoas que me conhecem até o último fio de cabelo
Saudade de uma música não tocada ou de simplesmente uma nota que ficou por ser notada
Saudade de uma árvore ainda não plantada
De uma planta sem cheiro
Saudade de olhar aquele pássaro que sonho em ser
Saudade de uma mania
Saudade…é o que me traz agonia
Saudade…
De tudo aquilo que ainda não fui
E de nada que poderei ser
Saudade que me faz sentir viva
Que me deixa preguiçosa num dia de sol
Saudade que me cega a alma inteira
Ó saudade sem fim…
Vem até mim e me traz tudo aquilo que deixei de sentir...

Danielle Soares, Glimmen (NL) 17 de Abril de 2009 - Um belo dia de Primavera...

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A ti que segues sem os meus abraços,
Sem os meus passos guardados nos teus espaços,
A ti que um dia não vivia sem mim,
Guarda a pequena e vaga memória do olhar que dispensei para ti.

Por onde andas que já não encontro os teus rastros?
Com quem vais?

Deixei de te pertencer sem entender
Desejei voar sem notar a falta que isso me traz
Meus cabelos assanhados esperam pelas tuas mãos, anjo dourado...
Minha vida pacata aguarda as nossas mãos dadas, unidas pelo sabor do Alvorada.

Aonde vais que já não retornas?
Cavaleiro errante, misterioso e bondoso
Quem levas nos teus encantos, um dia saboreados por mim?

Danielle Soares
Porto, 17 de Novembro de 2009

domingo, 15 de novembro de 2009

Tristeza




O meu desejo é que tudo jaz
Meu medo é que tu vás
Meu drama é que desperto
No silêncio daquele que se desfaz.
Corpos engolidos pelo trem que os transportaria ao futuro
Foi o mesmo trem que os deixou em pedaços, como comidos por bichos ferozes
Observo os seus corpos…
Pedaços de carnes, ensanguentadas, presas entre as pedras e os trilhos.
Curiosos se aproximam, pessoas passam mal, outras não piscam os olhos como se fosse pecado perder qualquer segundo que fosse, algumas passam por ali mas nem sequer viram o pescoço para olhar o que realmente acontece. Na verdade sabem, mas não querem compactuar com a crueldade dos fatos.
Esse agora é indecifrável e me aterroriza…
Dois jovens, casal de namorados que pela primeira vez iriam passar um fim-de-semana fora. Imagino que este seria o grande evento da vida de ambos, e nos meus pensamentos chego a vê-los traçando os planos da viagem, olhando o mapa do lugar que continua desconhecido e os vejo felizes, mesmo que, eu nunca os tivesse visto realmente, a não ser agora, nesse amontoado de carnes que choram a sua triste sorte… Olho para tudo isso e não vejo ninguém…
Decido ir embora, deixo aquele lugar com os olhos molhados e os levo comigo na memória.
Não suportaria presenciar a chegada dos familiares, quando ouvi entre a gente que os pais estavam próximos, partir… E, mesmo assim, enquanto caminhava lentamente ainda próximo do local, ouvi gritos, choros e perguntas que se resumiam no “Por que de ter acontecido isto?”
Ainda hoje repito essa mesma pergunta e continuo no vazio que ela mesma me coloca…

*Texto inspirado no suicídio de Robert Enke (1977- *2009)

Escrevi este texto como forma de homenagear o goleiro alemão Robert Enke (de 32 anos de idade) que no dia 10/11/09 se suicidou após um longo período (6 anos) de depressão. Acredito que a capacidade de escrever me permite traçar as questões que me assaltam de um modo criativo. Criando, posso expressar as minhas revoltas e também as minhas alegrias, nesse caso, deixo aqui a minha tristeza e o meu luto.

Danielle Soares, Porto, 14 de Novembro de 2009


Abro espaço para uma reflexão acerca da trágica morte do goleiro alemão Robert Enke de 32 anos de idade, que na última terça-feira (10/11/09) decidiu ou foi levado a pôr fim à sua própria vida. Não sou uma pessoa que lida bem com a morte quando ela envolve o outro, porque não consigo ser conformista nesta questão, e acredito que é natural de todos os seres humanos essa luta constante contra a consciência de que no fim acabaremos todos por morrer…Confesso que esse tema para mim é dos mais terríveis porque sempre fui assaltada pela ideia de terror que provém do ser morto, me lembro que desde muito cedo sinto um certo calafrio quando sei da notícia de que alguém morreu ou foi assassinado ou resolveu acabar consigo próprio. A morte é no sentido geral o fim dos seres mortais, ela nos deixa a total certeza de que caminhamos para ela, de forma paciente ele aguarda por cada um de nós e é exatamente neste ponto que me coloco inconformada e desajeitada diante dela…

Ao saber do suicídio de Robert Enke pela televisão, me senti totalmente triste e iniciei a pensar na sua vida, que pouco conhecia, como se assim, eu fosse capaz de sentir a sua tristeza, os seus medos e a sua fragilidade, pois afinal de contas, visto de fora, ele tinha bons motivos para se querer vivo. Consoante isso, empreendi uma pesquisa a respeito de sua vida para que eu pudesse deixar a minha homenagem já que desde então, não paro de imaginá-lo, o que resulta em mim uma sensação de tristeza. Talvez por gostar muito de futebol e também por não saber lidar com a tragicidade da morte que exponho no meu espaço algumas linhas dedicadas a este jogador que será sempre lembrado pelos que compartilharam e vivenciaram os seus melhores momentos, bem como, os seus momentos mais frágeis. Não foi a minha intenção expor dados concretos de sua vida profissional, familiar e social, mas sim, uma tentativa de participar nos seus medos e na sua triste decisão de anular-se. Por saber que o nosso limite é justamente as emoções do outro que deixei a minha fantasia livre para trihar os seus caminhos...

quinta-feira, 5 de novembro de 2009



Wengen - Suiça (Inverno 2008)

Eu sou aquela que passa entre uma multidão e não vê ninguém
Aquela que anda despercebida por si própria
Mulher de vidas estranhas
De sentimentos desiguais, irreais e sobrenaturais

Sou aquela que não encontra a sua própria imagem
Nem toca o seu próprio rosto

Dentre todos não enxergo o meu próprio corpo
Caminho solitária e gosto dessa solidão
Cruzo ruas e sinto cheiros de vivências
Mas não enxergo ninguém.

Guardo mundos em mim
Palavras gastas se esgotam aqui
Nesse rascunho,
Que traduz inúmeras tentativas
De me fazer poeta.

Danielle Soares
Porto 05 de Novembro de 2009

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Livres devaneios



Salvador Dalí
Posso comprovar esta luz que surge embaçada e esse vento cinza que se mostra numa desesperada fuga.

Fuga dos princípios, das crenças, das hierarquias, das classes, dos ditos populares e de toda essa falta de interesse encontrada na humanidade.
Esse vento chora…
As suas lágrimas misturam emoções, sensações e aspirações
Elas se esgotam em pingos que dizem ser o choro de Deus.

Deus chora?

Será Deus um chorão?

Essa chuva é constante e amedronta os corpos que se escondem em suas casas quentes e iluminadas por luzes muito fracas.
Avisto lá no fundo uma pequena e singela casa, ela é tão pequena que a sinto triste por estar escondida, distante e no fundo de tudo, ninguém vive nela, a não ser as flores que as enfeita e as árvores compridas e quase sem folhas que as rodeiam.
Inicio a minha reflexão…
Deus fala através de sinais, acreditam os crentes. É na natureza que aspiro desvendar esse Deus. Levanto questões a medida que observo essa paisagem – Quero saber sobre o princípio, aquilo que foi, antes de ser exatamente isso que vejo e sinto, e não encontro respostas…
Caminho em solo teológico e encontro a afirmação de que Deus é o Criador de tudo o que os meus olhos testemunham, e de todas as emoções que detenho no meu ser, e mais do que isso, descubro que sou Sua filha – Sua imagem e semelhança.
Uma filha que não conhece o Pai e nem pode, porque segundo parece, ele é oculto, invisível e não pode estar diante de mim, mas como será isso possível se ouvi por aí que Ele é Omnipotente?
Aonde foram parar os meus devaneios? Rio de mim…
Me despeço de Deus, sem conhecê-lo lhe digo: - Adeus!
Como assim?
Deus – Adeus - Observo essas palavras e medito…
Será que o Adeus não é só e simplesmente um gesto de despedida, mas também, a negação de Deus?
Não consigo pensar para além disto: Nesse momento nego Deus num simples Adeus.
E permaneço nos meus devaneios, seguindo a chuva que cai ainda mais forte…
Brinco com as palavras, racionalizo-as de forma que eu encontre as minhas verdades, que a priori, sei que não existem…
Deus – Adeus – Vazio – Abandono – Pai – Criador – Solitário
Deus está só e me joga nesse precipício de ideias tão vagas!

Danielle Soares,
Glimmen (NL) num dia chuvoso de inverno (Dezembro de 2008)

sábado, 17 de outubro de 2009

Um brinde ao amor



Gustav Klint

I
O amor que me prende em olhos fechados de segredos
É esse amor que me joga num leito inteiro
É um amor que me consome num deleito

É um amor solitário
Porque vivo com a certeza de não tê-lo

É esse o meu amor…
Uma espera…

Como uma taça que espera ser preenchida pelo mais saboroso de todos os vinhos;
Como um casal de jovens enamorados que fazem juras de amor num futuro ainda incerto.

O meu amor é espera
E a minha vida é de igual modo um contar dos minutos sem fim.
O meu amor se esconde num vazio ainda guardado em mim

Mas o que é a vida senão esperança?

Esperamos que os frutos amadureçam,
Que os nossos filhos se tornem grandes
Que a bondade possa superar a maldade
Que a conquista se reflita na justiça
E que o amor não se vá para longe demais…

Bastam as feridas, as guerras e os desamores
Quero um olhar, um sorriso e um estender de mãos,
Um amigo que me deixe seguir sem medo e que guarde os meus mais íntimos segredos…

II

O amor é o compasso do descompasso
É a ligeira sensação de que tudo é sinônimo de felicidade
É o conhecimento ilusório de uma certeza fantástica
É o frio que se sente na alma quando se avista o amado
É o beijar longo e demorado
É a abertura de sonhos múltiplos e diversificados
É um nó de línguas ainda amanhecidas
É um olhar que ainda não se fez visto
É o respirar mais do que profundo
É a certeza de que nos unimos no outro
É a vaga ideia de que permaneceremos eternos
Embriagados em mundos apolineos com Dionísio a beber os seus melhores vinhos…

Danielle Soares

Iniciados a 28 de Novembro de 2008 em Glimmen – Holanda e corrigidos no dia 16 de Outubro de 2009 Porto.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Aos que vivem ou viveram a melancolia de uma saudade...


        Ilha de Vlieland - Holanda, Maio 2009


A partida corrói e abafa os prazeres vividos,
Dá luz à dor da saudade.
Dor sofrida
Dor amiga - Mulher/Menina...É feminina
É sensível, como a rosa que colhia nos meus tempos de menina;
Misteriosa, como o profundo esconderijo que em mim mora;
É provisória, como o pensamento que já me abandonou agora...
É uma partida feminina!
E não se desespere, quando ela regressar querendo ir embora...

Danielle Soares
Porto, 14 de outubro de 2009




sábado, 10 de outubro de 2009


                                                                              Dedico a minha mãe Neiza Teixeira, amor de alma...

Imortalizando esse céu em mim, imortalizo-a.
Transcendendo o meu espírito na tua beleza, reconheço o infinito...
Podem me roubar tudo e até o que ainda não tenho, mas não roubem essa presença no Universo.
Não retirem da minha existência a fortaleza do meu ser.
É a ti, somente a ti que dedico a minha inspiração de um dia chegar a ser realmente um ser.

Danille Soares
Porto, 10 de outubro de 2009

Uma memória



A espera pelo desconhecido é imensa, para não dizer, infinita - Sentada a beira desse mar brando sinto o desejo de me doar ao barco que aparenta leve e impotente diante dessa imensidão cinza e fria. Observo os pássaros que se aproveitam dessa lentidão sossegada. Do meu canto, grito calada essa paisagem que me assalta os sentimentos da partida...
Foi lá, naquela ilha escondida de tudo, que me reconheci fugitiva, até daquilo que não me pertencia.

Danielle Soares
Porto, 10 de outubro de 2009

* Homenagem a Ilha de Vlieland - Holanda

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

O que ainda resta

Henri Matisse

Dentro de mim sinto um vazio imenso, que toma conta de todos os meus atos.
Não sei o que chamar a isso!
Será saudade, tristeza, insatisfação, descrença, desespero, ou será a simples constatação de que ele está partindo aos poucos para distante de mim?
Uma raiva estranha me acompanha, é estranha porque é de mim que sinto esta raiva.
Não sinto raiva do tempo, porque foi nele que configuramos os nossos planos, não sinto raiva dos lugares que admirei ao teu lado porque me entreguei a cada paisagem e respirei com o ar da liberdade as particularidades de cada um deles, não posso sentir raiva das pessoas que testemunharam a nossa história, que vibravam em cada descoberta que compartilhávamos com elas, não posso sentir raiva dos teus e dos meus costumes e, tampouco, posso sentir raiva dos cuidados que prestamos um ao outro.
E como seria covarde se sentisse raiva da vida ao ponto de me negar a ela!
Mas que culpa ele tem se eu fui a única disponível a apostar num sentimento que me dominava da raiz dos cabelos a ponta dos pés? E, será justo julgar as nossas atitudes, quando embalados pelo envolvimento?
A história deve continuar, fora do passado e dos pensamentos que me assaltam.

Danielle Soares

Porto, 30 de setembro de 2009

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Por aí e nem aí

Salvador Dali

Um dia quando me vi grande me concebi inteira nas minhas fraquezas
Desejei um dia mais longo e a noite mais curta, para poder mostrar aos presentes, a fortaleza daquela que foi um dia a garota frágil que todos queriam proteger.
Manhã azul, onde os pássaros leves e libertos bailavam no imenso céu claro, eu os observava e me recordo que o desejo de ser um deles me assaltava de forma que quando dei por mim girava no lugar onde estava e sorria e cantava e expressava a todos a minha total liberdade...
Acompanhando os pássaros me fiz forte e sem barreiras.
Dançava em terra, quando de repente, um estrondo roubou a minha cena, e só conseguia me ver jogada naquela rua suja, as pessoas se aproximavam com a intenção de ajudar e eu gritava ainda:
Logo agora que me vi livre!!!
Ali, exatamente no momento da mais exuberante e verdadeira força, qualquer coisa me aniquilou inteira.

Danielle Soares
Porto, 25 de setembro de 2009

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Que falta de concentração e inspiração é essa que toma conta de mim?

Eita mania de querer se sentir só!

De deitar numa cama imensa e olhar o teto branco cheio de memórias

Recordar um olhar desinibido

Uma certeza de enxergar a partir do umbigo

A necessidade de exprimir o meu gemido

Camuflado na minha desesperada idéia
De que para escrever basta estar viva!

Danielle Soares
valença, 22 de julho de 2009

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sonho

Essa noite eu tive um sonho, um sonho pacificador e que me causou lágrimas de saudades
Sonhei com o meu avô paterno, uma pessoa que não tive muito contato ou proximidade.
Morto está ele.
Nesse sonho estávamos eu e meu irmão Daniel
Acho que estávamos no céu
Não, estávamos num lugar claro, e tenho a sensação que estávamos apenas no início para se atingir o fim da matéria.
Nas gramas altas e finas se aproximava um senhor, que caminhava lentamente e meus olhos se enchiam de lágrimas de dor
Ele se aproximava e reconhecíamos
Era o nosso avô
Ele vinha exatamente igual a última vez que o vi, sempre bem composto.
Ele vinha sorrindo e nos olhava de passagem
E meu irmão não desviava o olhar do que acontecia ali
Era o nosso avô que parecia retornar para nos guardar
Eu chorava e ele nos olhava sorrindo
Era um sorriso eterno e de saudades
Talvez da sensação de estar vivo
Talvez do poder de estar com os vivos.
Ele passou ao nosso lado, nos olhou e seguiu sem dizer uma palavra
Ele desapareceu naquela infinita paisagem clara e de paz.
Acordei com saudades
Saudades do avô que mais não tenho que uma breve memória
Saudades do meu irmão que vem acompanhada de uma preocupação
Esse sonho me deixou extremamente perto daquilo que já se foi
Acordada pedi proteção, porque não posso mentir que esse sonho me causou medo
De um amanhã que desconheço.
Descansa em paz - O que disse quando tomei consciência de que o meu avô já não existe mais.

Coimbra, 24 de Junho de 2009
Uma homenagem ao meu avô paterno, Paulo Marques Soares.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Desespero na despedida

A espera que toma conta do meu ser me faz pequena.
Olho o tempo e me questiono nele
Questões sem respostas
Espera sem chegada
Despedida sem um abraço
Ela acontece nessa solidão que invade a minha existência

Despedida do que ainda não vi
Despedida daquele que não beijei
Despedida do tempo que ainda não veio
É a despedida futura desse presente que não vivo

Cama desfeita
Quarto silencioso
Mesa vazia
Meu corpo te olha de saída
Fecho a porta
E me jogo na estrada antiga
Escura é ela, meus passos seguem lentamente
Em busca de algo que me permita a despedida verdadeira

Me despeço,
Desse quadro que reflete a leveza do estar
Dessa atmosfera que não existe para além dele
Dos traços felizes que sobressaem dessas imagens fictícias

Me despeço do irreal
Da arte que engana o meu espírito
E novamente me jogo na estrada antiga e escura
E nela me despeço dessa sensação de desprazer.

Danielle Soares
Coimbra, 17 de junho de 2009

* Inspirada pelos estudos filosóficos e pela atmosfera acadêmica de Coimbra.

sábado, 6 de junho de 2009

Essa palavra que surge agora diante de mim,
É a palavra que naturalmente vem de dentro de mim.
Essas frases que leio as absorvo como quem absorve o prazer de um dia inteiro na praia
Dia quente, mar azul e gente do mundo inteiro
Habitam hoje, neste instante no qual escrevo, em mim
Praia imensa, areia branca, fina e fugidia
Biquinis pequenos, grandes,coloridos e sem cor
Secos e molhados
Toalhas estendidas nessa areia que sinto o desejo de tocar
Mas nada posso,
Ela fez-se e se desfez
E desse lugar onde me encontro sinto o sol forte no meu corpo
Me fazendo viva nessa realidade que foge para longe de mim.
É como esse garoto que corre na praia, grita, pula, cai e se levanta
Assim ele conquista o mundo e a mim
Me faz sentir um incontrolável desejo de poder agir
Com essa naturalidade leve que ele deixa sobressair
Garoto de praia, pés descalços e pele morena
Me faz criança outra vez
E me deixa viver na tua vez

Danielle Soares
Valença, 06 de junho de 2009

domingo, 19 de abril de 2009

Gúri Cheio de Lua

Era uma vez um garoto que costumava observar a lua e passava longas horas olhando para o céu e a cada instante que ele permanecia na janela da sua humilde casa, era como se os seus olhos saltassem de tanta alegria. Era fascinante observá-lo, porque ele fazia com que ela lhe pertencesse e a distância entre ambos inexistia.
O seu entusiasmo era tal que depois de uns largos minutos chamava sempre os outros garotos da rua, para que eles pudessem sentir tudo, igualzinho ao que ele sentia, ou seja, “a lua na ponta dos olhos”. A lua era fuga e recolhimento nele, mas para os outros ela era apenas uma bola grande no céu, por isso, ouvia-se sempre de um deles:
- Tá doido Gúri?!? Tu vê coisas onde não há nada, a única coisa que vemos é o céu escuro e uma lua grande e redonda.
Gúri era o nome pelo qual atendia, desde de muito novinho que o chamavam assim, que não só ele, mas todos, já não lembravam o seu nome de batismo. Não poderia haver apelido mais certo que este, porque ele era um autêntico guri, um garoto curioso e com a capacidade de transformar e transportar o mundo real para o seu mundo infantil. Ele era um garoto criativo e a sensibilidade evaporava através dos seus poros e dos seus olhos cheios de fogo e pureza.
Ele não se importava se os outros não conseguiam absorver a beleza que se escondia na lua, porque o que contava era a sua vontade de tocar ou ver de bem próximo a lua e se deixar envolver na paisagem que invadia os seus olhos infantis.
Todos os outros diziam: Gúri, vamos brincar de outra coisa, não tem graca ficar aqui olhando esse céu escuro, já estamos com o pescoco duro de tanto que olhamos para o nada!
- Nada??? Exclamou Gúri. Vocês chamam de “nada” a essa paisagem que agora vejo e sinto?
Eu posso ver árvores cumpridas, finas e com folhas bem verdinhas, casas como se fossem de brinquedo, iguais as que as meninas brincam, animais peludos tão brancos como se fossem as nuvens do céu, pessoas de todas as idades, cores e tamanhos, e esta paisagem é coberta por algo que vem de cima, essa coisa é branca, são pingos brancos que caem como se fosse chuva, mas é estranho porque a chuva aqui não é branca como a que vejo na lua.
- Como quero fazer parte disso! Mas como será podemos chamar as pessoas que vivem na lua?
Respondeu um dos seus amigos: - Lunaldo, Lunossauro, Luarado. Ah Gúri, tu fazes perguntas e fala coisas que não entendemos. O melhor é procurar alguém que possa ver tudo o que tu dizes ver e assim vocês poderão falar toda a noite porque nós não vemos nada do que tu dizes e por isso não sabemos nadinha de nada sobre a lua, mas, penso que tu és um Lunaldo, ou melhor, um Gúri cheio de lua quando ela está assim, gorda e amarelada.
- Quando a lua está assim como dizes, gorda e amarelada, é lua cheia, então eu gosto do meu novo nome: GÚRI CHEIO DE LUA.
- Como é bom ser Gúri, mas o Gúri cheio de lua...cheio de lua...Como é bom ouvir: Gúri cheio de Lua...
Ele era tão cheio dela que sempre que ela era redonda, grande e amarelada, ele passava horas observando-a e crescia mais e mais a vontade de fazer parte daquele mundo.
Numa daquelas noites, ele pediu tanto para sentir a lua nas mãos que, de repente, uma bola transparente caiu em meio a ele e os seus amigos. A reacão dele não podia ser outra, senão a de sorrir esplendidamente e gritar para todos: - É a lua!!!!!!!! Vejam, eu tenho a lua nas mãos!
Ele parou alguns segundos e imóvel olhava para aquela bola sem piscar os olhos, e com entusiasmo ele sussurrava: - Como é pequena a lua; é linda e cabe nas minhas mãos. Agora vejo de pertinho as árvores, as pessoas, as casas e os animais, iguaizinhos ao que eu disse a vocês.
Todos os outros garotos olhavam para o Gúri sem saber o que realmente acontecia, alguns sentiam medo, outros chegavam a pensar que ele estava ficando doido ou que brincava com a cara deles. Tudo era tão surreal que nenhum teve a coragem de interromper aquele momento e gentilmente acompanhavam o Gúri naquele extraordinário encontro com a lua.
Ele não conseguia parar de admirar aquela sua lua e num certo momento ela se abriu em suas mãos e ele não desejava senão entrar naquela bola, por mais que soubesse que não caberia ali de tão pequena que era a lua, mesmo assim, ele tentou primeiramente com a sua mão direita e assim que tocou no interior daquela bola sentiu que tudo era pano, que toda aquela paisagem era de pano e exclamou:
- Na lua tudo é de pano.
Tocou várias vezes nela e sabiamente exclamou:
- A lua deixa de ser lua quando não está no seu devido lugar. Vejam, ela é tão pequena que mais parece uma bola de árvore de natal.
Um dos garotos com autoridade disse: - Você não vê Gúri que é uma bola de árvore de natal e não é a lua, quando vai parar com esses delírios de moleque?!?
Sem falar nada e sem deixar de olhar para ela, Gúri resolveu arremessá-la, com toda a forca que cabia naquele seu corpo magro e pequeno. Ele se despediu da sua lua e ela se foi, por instantes desapareceu na escuridão do céu estrelado e quando tornada ao seu lugar, ele a viu ainda mais amarela, mais viva e mais cheia e desde dali ele não cansou de dizer que era um Gúri cheio de lua.
Gúri era um garoto tão intenso nas emocões que admirar a lua era a sua maior diversão e sentia orgulho em dizer para todos que era amigo da lua e que não havia segredos entre ambos. Ele era pobre, mas dizia ser a pessoa mais feliz do mundo porque ele pôde sentir a lua como nenhum outro.
Assim era Gúri, sonhador, criativo, inocente, curioso, sensível, carismático, um garoto inteligente e pronto a descobrir mundos distantes de todos, ele enxergava tudo com o olhar diferente de todas as outras pessoas, conseguia ver belezas que se escondiam na brutalidade da pobreza. Gúri era um apaixonado e o seu amor maior foi sempre a lua, apaixonava-se sempre e sempre mais quando os seus olhos se perdiam nela.
Um dia Gúri cresceu e todos os seus comportamentos foram mudando, o seu corpo, tudo nele mudou e se tornou um belo homem, um inteligente e sensível homem. Todos os seus amigos da infância sumiram, cada um buscou o seu caminho e com ele não podia ser diferente, também correu atrás dos seus sonhos e de forma brilhante ultrapassou todas as barreiras e preconceitos para conseguir aquilo que mais desejava:
Se tornar astronauta...
Gúri se tornou um astronauta reconhecido em todo o mundo pelos seus feitos e pela paixão que deixava sobressair em seus olhos sempre que falava dela – do seu grande amor, a lua.
Agora ele podia encontrar a lua quando desejava e pode-se dizer que ele estava mais tempo com ela do que qualquer outra pessoa.
Aquele moleque pobre se tornou um homem rico e concretizou projetos destinados às criancas humildes que sonham como ele, e parece até que a coisa mais normal do mundo é ir a lua, pois o seu projeto deu tão certo que é comum ouvir entre as criancas que já foram ou irão à lua.
Sim, Guri acreditou sempre e fez com que todos os seus mais íntimos sonhos se tornassem reais e ele é um ser humano tão nobre que compartilha o seu maior feito com todos os que se comprometem com os seus ideais.
A sua história não podia ser diferente e a vida naturalmente foi se comprometendo com os seus sonhos e assim continuamos acreditando na potência dos nossos sonhos. Gúri é hoje um exemplo de que se pode e deve continuar sonhando sempre, não importando quão audaciosos sejam esses sonhos pois, a vida perde totalmente o sentido quando desacreditamos neles.

Danielle Soares
Glimmen, 19 de abril de 2009 * Dedico ao meu irmão Deivy (Pessoa que amo desmedidamente) que no último dia 16 completou mais um ano

sexta-feira, 27 de março de 2009

Solidão

A lua me olha desinibida
Clareia a escuridão que habita em mim
E eu pergunto:
Por quê vivo nesse mundo?
Ouco o silêncio no infinito do meu ser
E olho a lua,
Espacosa e dona dessa escuridão que preenche o universo
E enxergo a minha condicão - a de ser humana.
No silêncio da noite vou me reconhecendo
De ser exatamente essa lua que surge
Na certeza de que se vai embora...

Danielle Soares
Glimmen, 27/03/09

* Um dia acreditei que todos os teclados eram universais,mas não,no teclado da holanda não existe o cedilha e daí algumas palavras se mostrarem não tão bem vistas aos olhos dos que conhecem o português. Assim justifico a ausência do cedilha e agora vejo ainda melhor a falta que um cedilha faz.

terça-feira, 24 de março de 2009

...

Vem fica comigo, nessa espera melodramática que é a vida,

Fica ao meu lado e relembra a nossa existência desequilibrada

Vem e fica comigo
Não me deixa sozinho
Foge do seu egoísmo
E abandona o seu único desejo: O de estar só
Eu passo por cima dos meus mais nobres princípios
Para poder sempre estar contigo
Fica comigo e não deixa que a distância me torne indigno
De viver aquela que é a minha maior ambicão:
De ser sempre e mais o seu melhor amigo!

Vem, fica comigo
Me prende contigo
Vem e fica comigo
Me deixa ser o seu melhor amigo
Vem e me dê as suas mãos
Até o instante em que você compreenda
Que esse amor não é em vão.

Fica ao meu lado,
Calado,
Me sinto desesperado
Mas não largue as minhas mãos
Nesse momento em que tudo é escuridão.

Danielle Soares,
Glimmen 26/03/09

segunda-feira, 16 de março de 2009

Tempos de ausência

Fica aqui!
Segura as minhas mãos e me deixa ser o seu melhor amigo.
Eu sei dos teus segredos e já dei provas de que em mim pode confiar, mas por favor me deixa continuar sendo o seu amigo.
Não vá para longe de mim, espera até esse amor acabar...
Prende o teu corpo no meu e com ele posso viajar o mundo inteiro
Mas por favor me tenha como o seu melhor amigo
Leia nas estrelas a certeza de que continuaremos no tempo
E depois segure nas minhas mãos sem medo e deixa a noite acabar em segredos que só eu posso guardar
Por favor, não vá até que me diga que sem mim você não pode continuar...

... fica aqui e me deixa ser o seu melhor amigo!!!

Danielle Soares
Glimmen 16/03/09

Em falta com a escrita, mas sempre buscando jogar com as palavras e há dois dias ao som do violão consegui "criar" cantando mais ou menos o que escrevi agora aqui, infelizmente, não recordo exatamente tudo mas era fundamentalmente essa a idéia.
Estou em falta com a escrita e consequentemente ausente desse meu blog que tanto amo.

Existem momentos na vida que devemos prestar mais atencão numas coisas e adormecer outras,talvez as que adormecem, após despertadas nos remetem idéias brilhosas e caminhos amplos e recheados de maravilhosas conquistas.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Invasão da Saudade

Da falta nasce essa dor incapaz de sarar por ela própria
Dor que me devora a alma e me faz pequena diante do que ela representa em mim
Dor que nasceu da ignorância de ser humana
Dor que vem da infância e aumenta a cada instante que inicio a descobrta do meu ser
Ser saudoso...
Da muvuca que só se consegue em família ou com os melhores amigos
Da confusão criada diante de infinitas escolhas agradáveis
Do falar sem parar pelo simples fato de sentir o "a vontade" em meio a multidão que, muitos dos casos, se resume a uma única pessoa.
Daquele alongar do corpo sem o receio de que o desconhecido te observa com olhares críticos.
De dormir sem a luz do dia que invade o teu quarto, como que dizendo,"é hora de levantar"...
Saudade de um dormir profundo e nulo de existência, como se assim se pudesse tocar na morte por algumas longas horas.
Saudade de deixar o corpo em equilíbrio para que ganhe o mundo de forma prazerosa
Saudade de abrir a boca para sorrir deliciosamente
Saudade de se deixar ser levada por aqueles que me querem bem
Saudade daquela infância já perdida
Saudade de não ser jovem na juventude.
Saudade de uma noite de entrega aos movimentos do samba ou qualquer outro ritmo
Saudade de deixar falar o espírito tão alto como se assim engolisse os oceanos
Saudade de flutuar ao som de belas músicas
Saudade da inteligência alheia
Saudade desmedida...
De segurar nas mãos fortes de quem me ama
De me fazer forte na fraqueza do corpo e da alma
De ser narcisista e descobrir o quanto sou apaixonada pelo reflexo do meu ser
De me sentir segura para seguir, certa de que em qualquer lugar existe alguém que me espera sem contar o tempo que falta para eu me reconhecer...
Dos amores perdidos e esquecidos
Do meu passado e do futuro ainda incerto
Do que perdi sem me dar conta e de tudo o que nem sei se terei
De adorar alguém até chegar a um fanatismo equilibrado
Adorar...Nem Deus consigo adorar...
Pudera eu ser um pouco mais tolerante para com essa questão e acreditar que todos nós somos regidos por uma qualquer entidade absoluta.
Saudade de levar essa discussão adiante ouvindo e lendo os mestres
Saudade da utilidade das palavras bem empregadas
Saudade de pessoas interessantes
Como sou saudosa!
Saudosa de uma vida que um dia foi só minha e não me importar com o outro que esquece exatamente o valor do outro.
Sinto saudade da sensibilidade guardada em algum lugar do mundo que não existe
Ser saudoso...Sou eu e todos os outros...
Por isso tenho em mim a vontade de me guardar inteira nessa saudade que me preenche sem dó nem pena
Danielle Soares
Glimmen, 15 de janeiro de 2009


*Texto saudoso talvez porque se aproxima o dia de completar mais um ano...Será que esse sentimento invade todos os que se aproximam do dia do seu aniversário?