terça-feira, 24 de junho de 2008

"A Dream"

Te vi e uma luz se abriu naquele espaço pequeno e obscuro.
Nos olhamos, e os teus olhos claros sugaram os meus olhos escuros.
Sorrimos e o teu sorriso brincou com a minha timidez.
Longas horas nos vigiamos de longe...
A música era a certeza de que dividíamos o mesmo espaço,
Ela nos distraia e mexia os nossos corpos tombados.
Todas as outras pessoas estavam mergulhadas no álcool e naquela mágica noite. E nós dois, completamente entregues àquela distância pequena.
Me chamavas com o sorriso e eu não tive a ousadia de responder ao teu sorriso de menino pedinte.
Disfarçadamente me envolvia com o meu grupo de amigos e tu, ao contrário, demonstrava fugir dali.
Largos minutos nos olhávamos e inesperadamente estavam os nossos olhares parados na mesma direção.
Eu não sabia quem tu eras, sabia, unicamente, que não eras dali. Sentia curiosidade, mas me escondia entre os amigos felizes e imersos na noite que guardava mistérios.
Vieste na minha direção, chegaste, sorriste e falaste...Uma língua que não era a minha.
Sorri...
Timidamente olhei os teus olhos nos meus, senti vontade de te ter comigo, de te deixar no meu anonimato, solto no meu esconderijo.
Em poucos segundos eu estava falando a tua língua, mas a música estava ainda mais alta e as pessoas ainda mais contagiadas pela euforia deixada pelo DJ na pista. As nossas vozes se perdiam naquela atmosfera de verão.
Não compreendia o teu nome e tu, constantemente, repetia o meu.
As luzes do bar se centraram em nós, e eu passei a te enxergar de várias cores e ficavas ainda mais chamativo. Repentinamente, estávamos a sós no centro da pista, envolvidos pela curiosidade.
Sorrimos, nos olhamos e nos aproximamos...
Já não fazia sentido falar, por isso, os nossos corpos leves se moviam com destino ao mar.
Sensações: Areias frias, lua cheia e companheira, escuridão transparente e solidária que agregava o mistério de uma noite de verão.
Já não havia o bar, só os nossos corpos, no meio da praia e banhados pela claridade da lua.
Belezas diferentes com comportamentos iguais.
Nos conhecemos e nos despedimos ali...
Lá, naquela noite, que cheirava a amor momentâneo.

Danielle Soares
Porto, 20/06/08

sexta-feira, 20 de junho de 2008

"Eu sou assim"


Eu gosto da minha liberdade,
Adoro saber que eu não tenho um limite...
Sou fascinada pela idéia de que tudo é normal,
Habitual...Que nada está fora do mastigável e tolerável.
Nada me assusta, me choca, mesmo que eu, hipocritamente,
condene.

Sinto essa febre de sair, de sumir sem me trair
Quero ser levada por esse sentimento de poder
Sou assim, gosto de sumir, gosto de me sentir só!
Ningém pode me prender...

Me sinto liberta e gosto dessa sensação.
Talvez, eu tenha já sido um pássaro sem contato
Com fobia dos humanos. O único humano que aturo
Hoje sou eu...

A vida do artista me agrada
Admiro músicos que atingem o transcendente
Quando levados por um solo.
Solo de sozinho, de intocável e de poder.

Me sinto realizada na minha liberdade
No meu oculto
Apareço quando quero e sumo quando menos espero.
É isso que me atrai em mim

Por quê sou assim?

Danielle Soares
Porto, 20 de junho de 2008

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Viagem ao paraíso




Haviam muitas pessoas, na sua maioria, eram jovens que sobreviviam de um trabalho ingrato e árduo. Aquele sol latejava em nossas peles, a sua força era tanta que era necessário fechar sempre mais um pouco os olhos para que se pudesse enxergar para além do possível.
Suávamos de uma forma excessiva, sentíamos odores.
Aquele lugar era fedido e feio. Esburacado, molhado e preenchido por buracos cheios de água amarelada daquele barro pegajoso e nojento. Era um lugar que jamais pensávamos fazer parte, mesmo que fosse por uma hora. Pessoas trabalhavam e mendigavam o que comer, mas em suas faces era forte o desejo de evasão. Mas como sair daquele caos, sem antes, pisar naquela terra suja e esbarrar com aquela gente suada que transpirava um odor particular e expansivo?
Este era o desafio.
As pessoas gritavam, nos abordavam de forma a nos amedrontar e nós ali, jogados no inferno. Sem saber como reagir, nos reservamos num canto, já com as passagens em mãos com dentino ao paraíso. Daquele lugar começava o nosso silêncio, e a partir dali passámos a observar as pessoas que chegavam de terras distantes, mas em nenhum momento, dividimos as nossas impressões, mesmo que o outro fosse "nós". Nos fechamos e convivemos em corpo. A estranheza era a de que todos os que desembarcavam ali, estavam crentes de atingir o paraíso, e nós convictos de que estavámos prestes a sair do inferno.
Mas será que não éramos nós os enganados? Enganados ou não, o certo era que todas elas pareciam estar em sintonia com aquele espaço que abominávamos. As pessoas escorriam suor por toda a pele, vestiam roupas desajustadas, elas não andavam, mas, de forma grotesca arrastavam as sandálias, pareciam animais pesados e próximos da morte, elas gritavam umas com as outras, como se todos nós, estivéssemos a caminho da surdez e, como se não bastasse, muitos vinham com os seus pequenos rádios pendurados nos ombros, e despertavam o mundo com aquelas músicas choradas ou aceleradas, com vozes sufocantes e homicidas. Era engraçado, e o pior era que todos os demais, quando empolgados com uma ou outra música soltavam o berro, berravam e nos destruíam.
- Como é bruta a imagem que guardo daquele espaço!
Imersos ali, contávamos os segundos para partir, eis que surge um ruído, uma buzina estridente que anunciava a chegada do salvador e, para nós, o salvador era o navio que nos retiraria daquele lugar detestável. Ele se aproximava lentamente e trazia naquela lentidão a esperança de refúgio e entrega ao desconhecido. Era um navio de pequeno porte, preenchidos pelas cores brancas e vermelhas e os nossos sonhos e anseios somavam com a visão dos nossos olhos e não das nossas costas, queríamos olhar para frente e abandonar o passado. Os nossos sonhos revigoravam em nós e traspiravam em nossos poros molhados daquele calor insuportável...
Aproximava-se mais ainda a hora da partida, não falávamos um com o outro, não nos olhávamos, nos deixávamos ser embalados por aquela gente habituada ao ritual de uma viagem fluvial - Éramos formigas no meio de girafas agitadas e decompostas, o certo era nos deixar levar até atingir o interior do navio. Afinal, o que queríamos era sair dali, não importava o destino, mas era urgente nos despedir daquele lugar descontinuado.
Com dificuldade, conseguimos encontrar o nosso canto no navio e a partir dali esquecemos a figura de um e outro, esquecemos todas as centenas de pessoas que ali estavam, discriminamos até nós mesmos, pois o nosso propósito era o de aproveitar ao máximo as paisagens e as diferanças que aos poucos invadiam os nossos olhares.
Dois jovens curiosos e ansiosos, que buscavam o enriquecimento no espírito, cada um do seu jeito, absorvia a natureza e mergulhava nas paisagens selvagens e sedutoras. Os nossos olhos se contentavam e os nossos pés a cada avanço, criavam raízes no novum. Era tanta a diferença que nos guardamos na nossa individualidade e solidão. Comportamentos necessários para ultrapassarmos o limite do corpo e nos centrar na infinitude que os nossos olhos acalçavam.
Como reagir a tal afastamento?
Pergunta maldita. Resposta evasiva.
Não queríamos perguntas...O nosso desejo era viajar.
Viajámos imersos na natureza, fomos os mais autênticos observadores, fosse como fosse, observámos na complexidade a vida escondida de pessoas esquecidas, pessoas que viviam à beira daquele rio cheio não só de água, mas de riqueza e vida. Quanta contradição! Um rio tão vivo, rodeado de gente tão pobre e com a tristeza que sobressaltava em suas faces abatidas e sofridas.
Passei a sentir a vida daquelas pessoas em mim e a cada instante eu era invadida por um sentimento de retorno, mas a viagem era longa e quando via, aquela gente havia ficado para trás: Pobres e esquecidas, aproximavam-se da beira do rio quando o navio invadia a realidade delas. Viviam em casas humildes, feitas de barro, palha ou madeira, apesar de as enxergar tristes e esquecidas, elas gratuíta e satisfatoriamente, acenavam para os passageiros do navio. Sorriam um sorriso pleno de verdade. A imagem era tão extraordinária que muitos dos passageiros suspendiam os seus braços e fechavam e abriam as suas mãos ou guiavam os braços para a direita e esquerda, reproduzindo assim, o gesto do tchau. Era uma forma de recompensar aquela beleza perdida na imensidão daquela floresta. Fazíamos parte daquela novidade tão rotineira para elas.
Seguíamos em frente e repetidamente a realidade daquelas pessoas surgiam diantes de nós, até que se foi tornando habitual respondermos aos seus acenos. A partir de um certo momento, tudo foi se tornando tão normal. Tudo era tão igual: Casas de palhas, barro ou madeira escondidas numa imensidão verde que só terminava quando a terra abria espaço para o rio barrento e imenso, animais gordos e bonitos também preenchiam aquele mundo extraordinário. Crianças corriam e se jogavam nas águas daquele rio misterioso. Não pareciam sentir medo de nada, elas se divertiam gratuitamente, gritavam uns com os outros, corriam uns atrás dos outros, sorriam um sorriso aberto e envolvente - Eram felizes, despreocupados com o depois; viviam a infância na sua mais total pureza. Pareciam uns botos tucuxi, pois, nadavam e passavam longos minutos em baixo da água e sem esperarmos, vinham à superfície com o sorriso estampado em seus rostos. Lindas crianças, felizes seres que nos faziam sonhar com a criança que um dia fomos.
Tudo estava perfeito, tudo nos hipnotizava de tal maneira, que passámos a acreditar no paraíso. Que engraçado, nos sentíamos no paraíso, mas não fazíamos parte dele, afinal, em nenhum momento saímos do navio com destino à realidade daquela gente. Éramos somente espectadores do paraíso e, por isso, não pisamos, em nenhum momento, o chão daquelas terras.
Aproximava-se a noite e os sons dos bichos e da escuridão surgiam cada vez mais fortes, sentíamos medos e a curiosidade nos dominava. Como forma de viver tudo ao máximo, separamos duas cadeiras e dali tentávamos enxergar a noite escura. Tamanha era a a escuridão que se tornava impossível ver vida para além do barco, nos restava, então, continuar ouvindo os ruídos dos bichos e o barulho deixado pelo navio.
Cada vez mais as horas passavam e todos os outros viajantes procuravam um lugar para deitar os seus corpos cansados e queimados do sol que fizera, e nós, éramos levados pela curiosidade, o que nos permitia conhecer os segredos daquele navio, andávamos entre as pessoas adormecidas, subíamos as escadas até chegar ao topo e de lá, aguardávamos ansiosos a luz da lanterna dispensada pelo navio, mesmo que durasse menos de dez segundos, era o suficiente para nos fazer mergulhar no mistério da noite em pleno Rio Amazonas. Infelizmente, a noite continuava a guardar os seus mistérios e não estávamos completamente prontos para admirar a beleza que se guardava naquela escuridão solitária.
O frio chegava, a noite nos expulsava e se aproximava o cansaço, mas não era justo fecharmos os olhos e os sentidos, por isso, nos entregamos à leitura: Devoramos livros, criamos histórias em nossoas mentes, procurávamos olhar para o nada daquela noite escura e quando esgotados, fechamos os nossos olhos como forma de deixar a noite com a sua total liberdade.
Nos deixamos embalar pelos nossos sonhos, dormimos colados um ao outro, sem dizer uma palavra, sonhamos juntos.
Ressurgia um novo dia, o sol ressurgia ainda mais quente, vivo e ardente. Cumprimentamos toda a paisagem a nossa volta, e mais uma vez, estávamos a esquecer de nós. Estranho comportamento, vivemos a nossa mais total individualidade, como se o habitual deixasse de nos ser querido, só o que nos importava era viver o novo de forma completa e sem companhia - As impressões eram de cada um e não dos dois. Foi este o nosso pacto e desde dali, que cada um procurou e foi fiel aos seus caminhos.
Finalizamos a nossa aventura; cumprimos o nosso plano; fizemos o nosso trato e a partir daí nos perdemos em vidas distantes das nossas. E agora, como é gratificante contemplar o paraíso sem fazer, totalmente, parte dele!
Os nossos sonhos permanecem em continentes diferentes e sonhamos ao lado de pessoas que já não somos nós, mas nada disso importa, afinal, continuamos com vida e com os olhares para o horizonte, para o infinito desejado.
A lembrança daqueles homens e mulheres ainda me assaltam, bem como, os sorrisos doces daquelas crianças - E são estas recordações que me estimulam a seguir viagem: Sozinha ou não continuo com o forte desejo de descobrir e mergulhar naqueles sorrisos inocentes e repletos de sonhos.
Sem darmos adeus um ao outro, seguimos. Atingimos o fim ou será o começo?
Olho a mesa que agora estou e me deparo com a minha nova passagem, estou de partida, mais uma vez...Sairei do inferno com destino ao paraíso?
Paciência, logo se saberá.

Porto, 10 de junho de 2008
Da varanda do apartamento, admirando o maravilhoso pôr-do-sol de primavera. A noite chegou ainda mais escura e eis que entra pela janela uma borboleta. Na minha terra se costuma dizer que é anúncio de sorte/dinheiro/boas notícias. Será? (risos)

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quarta-feira, 11 de junho de 2008

SOLIDÃO INQUIETA


A sala está preenchida por uma voz, o som da guitarra e do violão hipnotizam os pensamentos, e a voz me chama a seguir aqueles instrumentos repletos de sentido.
Estou sonolenta, páro de escrever e fecho os olhos por segundos, volto a abrí-los, me viro sobre o sofá e passo a enxergar para além da sala.
O tempo está claro, mas é uma claridade que sufoca porque o sol está, ao mesmo tempo, que parece ausente...É estranho descrever esse tempo: É um calor, melhor, é um vestígio de calor. Sim, é uma indecisão, é algo que me foge. Volto a me concentrar na sala, que é de uma claridade absorvente.
Ouço a música, olho essas letras e a música acaba, ouço aplausos e a guitarra volta, a voz ressurge e eu olho os objetos, todos imóveis. Começo por jogar vida neles mas não reagem - Estão mortos no seu fim decorativo.
Me movo, me canso, me ignoro. Penso.
Os pensamentos não param e fico sonolenta. A música volta ainda mais forte e desperto.
Ouço um barulho vindo de fora.
Um helicóptero sobrevoa a cidade. É verde. A cidade está intacta e não repara naquele pássaro de ferro que lhe vigia.
Novamente os plausos, um ruído incomodativo sufoca. Metrô, que calculadamente me enche os ouvidos com esse som irrinitente.
Procuro me centrar na música, na melodia e me detenho no som da bateria, na pulsação que marca o tempo. O tempo está lento.
O metrô chega incomodando.
Esqueço a música e fico sonolenta. Meus braços doem, as letras começam a sentir a feiura e por isso, tornam-se disformes, quase como que o tempo, elas atingem o nível da incompreensão.
Apoio o meu braço direito sobre o sofá, para que assim, as letras regressem ao estado do entendimento aos olhos dos que sentem o desejo de folhear este caderno repleto de inspirações.
A sala ecurece, o pouco sol que havia fica ainda mais encoberto e a música acaba...Surgem os aplausos e assobios e o braço continua a reclamar da dor.
Acho que quer parar de escrever...Logo agora que surge na sala uma das mais belas canções: Running on Faith de Eric Clapton.
Com licença...Me absorvo na música.
A sala passa a ser música e eu continuo sonolenta, deitada sobre o sofá - A voz me domina.
Me entrego aos instrumentos e à música em harmonia.
O tempo continua escuro e indeciso e eu durmo ao som da melodia abstrata e transformada em mim. Não, o sono não foi o suficientemente forte. Inesperadamente, um cheiro vindo da rua me assalta, penso: É cheiro de chuva! Me viro novamente no sofá, de forma que eu possa olhar para a varanda e passo a enxergar nos vidros pingos finos. Sim, confere, é cheiro de chuva! E como adoro esse cheiro de terra molhada...Me entrego a ele e volto à minha infância, que com muita frequência, sentia com prazer este cheiro tão forte e significativo para mim.
A música ainda não acabou, mas agora, tudo está perfeito: A voz, a sala, a indecisão do tempo, os instrumentos e esse cheiro de uma particularidade singular. Engraçado, o sol ressurge com todo o seu poder iluminatório. Já não estou só...Tudo está comigo, agora.

Danielle
Porto, 10 de junho de 2008

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Neblina





Hoje renasceu das cinzas, ou melhor, da lixeira do nosso tão ilustre Bill Gates, aquele que muito me punha para pensar e refletir sobre diversas experiências empreendidas, aquele que traz consigo um lugar que não está situado num tempo e espaço.
Oh, como me sinto feliz!!! Ganhei outra vez a vida de pessoas que pertencem, por agora, unicamente a mim...Sim, falo de ti Neblina! Imagino o teu sofrimento, o teu forçado anonimato, dentre outros textos, imagens, rascunhos e pobres deletados escritos pessoais. E se não fosse aquela lixeira? Se tivéssemos o desprazer de nunca nos reencontrarmos?
Neblina, Neblina...Abandonado Neblina, fizeste jus ao teu nome, pois por longos dias fostes o mais autêntico mistério, te escondeste na invisibilidade de uma tela, como sofreste de solidão, de desprezo e de saudades da tua verdadeira ilusão - a de ser real para aquela que tanto pensou em ti com lamento e tristeza de não conseguir ser fiel às palavras que outrora estavam submersas no oculto.
Conheceste a morte Neblina e por que não me ajudar a desenvolver em ti as histórias com as quais cruzaste? Como senti saudades do meu primogênito, sim, tu és para mim o meu primeiro filho e não há dor maior no mundo do que a de perder o que nasce de nós...
Vamos, vem comigo descobrir Neblina...

Era um dia cinzento e escuro assim como todos os outros dias...

Como senti a tua falta e agora não sei mais como continuar a descrever a felicidade que sinto em poder te conceber e comtemplar novamente.
Bem-Vindo Neblina...Apodere-se de mim de uma forma completa e dominante. Sempre fui tua apesar da tua forte personalidade e continuarei sendo tua até atingires a tua glória, então, mãos as obras, porque muito tenho para te fazer conhecer a tua continuação.
- Não, não podes ir assim, aliás, não podemos ir assim, sem antes agradecer a uma pessoa que fez com que tudo acontecesse novamente: Matteo Circosta.
Tens razão, se não fosse ele, talvez jamais poderíamos nos sentir denovo, provavelmente, nem mais serias tu Neblina.
Matteo, esse texto foi também uma forma de eu agradecer a você a preocupação e a dedicação em fazer ressurgir da sua lixeira o meu projeto, de um dia, quem sabe, me tornar autora de um livro misterioso e cheio de nevoeiros...
Acho que já nem preciso escrever que foi exatamente na lixeira do Matteo que Neblina deu um tempo, mas foi só um tempo, afinal, ele voltou pra mim e quiçá, daqui um tempo, para todos...


Danielle Soares,
Porto, 04 de junho de 2008
23:18hs