quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Rompimento

Glimmen - Nederland Inverno 2009/10

Eu não quero isso, de verdade, não quero.
Eu não quero aquilo, de longe, não quero.
Também não quero aquele e nem o que vem depois dele.
Tampouco quero a projeção do que vem a seguir a isso que chamo "querer".

E se tudo o que não quero se fizesse concreto?
E se todos esses medos em querer chegasse, juntamente com esse vento que vem de tão longe?
E se o meu querer diexasse de lado o "não" e abraçasse como irmão a verdade que me cega?
E se nesse exato momento eu deixasse de saber o que realmente quero?
E se me faltassem as reflexões, o raciocínio e o fascínio por isso a que chamo pensamento?
E se o nada que hoje tenho passasse a ser tudo o que hei de ter no futuro?
E se as palavras diluíssem assim como o algodão doce que tantas vezes saboreei nos meus tempos de criança?
E se a energia que me habita decidisse pisar outros seres?
E se eu, não mais desejosa, quisesse ir embora, para qualquer outro lugar que me fizesse estranha aos olhos dos meus?

Quantos não quereres tornam-se quereres na minha total confusão de ser o que hoje sou...

Danielle Soares
Porto, 06 de Outubro de 2010