Cinzento, molhado
Encharcado Usurpador e calado
É o tempo
Chorado e icógnito é o seu sabor
Folhas caídas
Árvores são galhos solitários
Luz apagada
Olhos sem cor
Palavras soltas e tremidas
Mãos frias
Beijo selado
É o tempo visto em pedaços
Recorro ao aquecedor...
Enxergo o calendário
Mal começou Novembro
E já se aproxima Dezembro
Dias vazios outros preenchidos
Assim mais um ano se vai
Despedindo-se em águas geladas
Num nevoeiro que encobre tudo o que é exagero.
Outono invernal
Temporal
Crise existencial
Corto o laço umbilical
Despeço-me do tempo
E lamento o trago que fiquei por fazer
Antes de chegar Novembro...
Danielle Soares
Porto 19 de Novembro de 2010